Assim como os costumes passados de geração em geração, muitos pontos podem contradizer o comportamento do indivíduo no cenário atual. Na área da saúde isso não é diferente. Alguns costumes antigos de imobilização ortopédica atualmente já não são realizados usualmente. Com os avanços tecnológicos, a imobilização também evoluiu, eliminando alguns problemas que eram vivenciados e favorecendo novos benefícios. O que antes era uma situação crítica, hoje não tem sido mais e é necessário saber diferenciar os mitos e verdades sobre a imobilização ortopédica, além de se atentar aos benefícios que as novas tecnologias nos trazem.
- Gesso é poluente?
Isso é fato. Você já se perguntou o que acontece com o gesso de imobilização depois que o paciente termina o tratamento? O processamento químico da degradação do material do gesso gera contaminação do solo e dos lençóis freáticos. Em casos de deposição em aterros sanitários comuns, o material torna-se inflamável, devido à dissolução dos componentes. Em outros casos, a incineração do gesso produz dióxido de enxofre – um dos principais poluentes do ar na queima industrial. - Imobilização com gesso pode causar irritações na pele?
Verdade. Ao imobilizar uma articulação com gesso comum, é impossível não sentir uma coceira no membro afetado. E por mais que tenhamos vontade, é indicado não utilizar nenhum objeto para coçar a pele, pois pode causar feridas e o atrito constante do gesso com a lesão intensifica mais o caso. Além disso, o gesso não pode ter nenhum contato com água e ambientes úmidos devem ser evitados. Por isso é sugerido que o gesso seja coberto por uma sacola ou proteção impermeável no momento do banho, por exemplo. O gesso úmido em contato com a pele também pode causar irritação cutânea e gerar mau cheiro. - Imobilização ortopédica serve só para fraturas?
Isso não é verdade. As fraturas ósseas são tratadas com a imobilização do membro acometido, mas engana-se quem pensa que essa imobilização é feita apenas quando um osso se quebra. As luxações também podem ser tratadas com uma imobilização, sendo caracterizadas pelo deslocamento do osso de sua cavidade articular. Além disso, contusões (lesões traumáticas caracterizada pelo impacto de um objeto contra o corpo), entorses e/ou rompimentos de tendões ou ligamentos, sinovites (inflamação do tecido que reveste as articulações), tendinites (inflamação no tendão) e doenças inflamatórias osteoarticulares (alteração patológica degenerativa da cartilagem) também podem ser tratadas por meio de imobilização, por exemplo. - Talas em impressão 3D dão o mesmo resultado que o gesso?
É verdade sim! As talas feitas a partir da impressão 3D são tão eficientes quanto o gesso comum ou gesso sintético. Utilizadas no tratamento comum de lesões ortopédicas ou neurológicas, elas podem imobilizar o membro afetado com a mesma precisão, pois facilmente pode-se escanear a região e criar uma tala personalizada com o desenho anatômico do paciente. - Órteses em termoplástico não funcionam em casos de fraturas? Mito. Existem vários modelos de órteses em termoplástico. As personalizadas, que os profissionais capacitados confeccionam a partir de uma placa termomoldável e as manufaturadas em fábricas, que geralmente seguem um modelo padrão. Esses dois tipos de órtese podem funcionar em casos de fratura, mas sua indicação depende da avaliação do profissional e dos materiais disponíveis para imobilização no local.
- Existe tala imobilizadora que pode molhar?
Para a nossa sorte, sim! A tecnologia da impressão 3D chegou ao mundo da saúde e hoje o mercado já disponibiliza as talas imobilizadoras, fabricadas por meio dessas impressoras, e geralmente feitas em plástico, gerando grandes benefícios para o cotidiano do paciente. A Fix it, por exemplo, é uma startup que trouxe essa tendência para o mercado brasileiro ao desenvolver talas a partir de impressão 3D e termoplástico. Além de o material ser completamente biodegradável, as soluções produzidas pela healthtech são impermeáveis, arejadas, higienizáveis, resistentes e hipoalergênicas.
Outro material de imobilização impermeável é o gesso sintético, que é hidrofóbico e permite que o paciente tome banho ou nade sem maiores preocupações. O problema é que o gesso sintético não soluciona o odor e pode gerar coceira e irritações, devido ao acúmulo de umidade em algumas regiões internas do gesso que fornecem o ambiente ideal para a proliferação de fungos e bactérias.
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